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Em tempos de guerra, vamos falar de amor

Em tempos de guerra, vamos falar de amor

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SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA


Em tempos de guerra, vamos falar de amor

As cenas que vemos ultimamente estão ligadas a tanto desamor, tristeza, angústia, tensão e ódio que não há outra alternativa senão falar da ação mais poderosa que existe.

Segundo Júlia Baunilha, o amor é um antídoto. Antídotos são preparados para combaterem toxinas. Diante desta acepção, a escritora adolescente acertou em cheio. Mas de quantos frascos precisaremos para acalmar esta humanidade?

Diante das situações que vivenciamos cotidianamente, estamos tendo medo de amar. O medo paralisa, nos limita de agir, nos afasta dos outros. Assim, nunca estivemos tão solitários.

Sabemos que o amor é importante, mas só focamos no seu fracasso. Pense nas rodas de conversa que participa. Quantas vezes o amor verdadeiro, real, curativo foi o tema principal? Será que está sendo desta forma, porque no fundo no fundo não entendemos como fazer funcionar o amor?

Primeiro precisamos entender o que é o amor. Os folhetins, a mídia, filmes e séries continuam fazendo-nos ver o amor de uma maneira diferente do que ele é realmente. O amor é um ato de vontade, diz o psiquiatra M. Scott Peck, e concordo plenamente. Eu tenho que querer amar, então o segundo passo é agir conforme esta intenção.

Bell Hooks, em seu magnífico Tudo sobre o amor, diz que para “amar verdadeiramente, devemos aprender a misturar vários ingredientes – cuidado, afeição, reconhecimento, respeito, compromisso e confiança, assim como honestidade e comunicação aberta” (HOOKS, 2021, p. 47).

Quando lemos a citação tão lúcida de Hooks talvez nos venha a mente o quão cansativo pode ser fazer todos esses ingredientes valerem, simplesmente por estarmos cansados de lutar. De existir e resistir a tantas demandas.

Todavia o resultado pode ser bem diferente se entendermos que quando temos o desejo de nutrir o nosso crescimento espiritual e de outra pessoa, fica mais fácil colocar em prática toda essa gama de ações que desembocará em alegrias infinitas para nós.

Mas não devemos nos esquecer: o amor só se tornará uma realidade para nós, quando aprendermos a vê-lo como uma ação, não como um sentimento; aí sim, ele se tornará para nós uma responsabilidade e um compromisso.

 Um fortíssimo abraço para você!


Referência: 

HOOKS, Bell. Tudo sobre o amor. Trad. Stephanie Borges. São Paulo: Elefante, 2021.

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