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Número de casos de problemas mentais liga alerta em torno das mulheres

 Número de casos de problemas mentais liga alerta em torno das mulheres

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O Dia Internacional da Mulher costuma trazer à tona a violência e a desigualdade que o público feminino sofre no dia a dia, tanto no ambiente de trabalho quanto no doméstico. Mas pesquisas recentes indicam que é necessário também intensificar os cuidados com sua saúde mental. São os casos do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), divulgados em dezembro de 2021, e da pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, entre maio e junho de 2020.

Em linhas gerais, o resultado de ambos é o mesmo: a mulher foi a mais afetada psicologicamente pela pandemia. Os dados do Elsa-Brasil ainda são preliminares, mas já mostram que 24% das mulheres que participaram do estudo apresentaram sintomas de depressão, enquanto 20% demonstraram sinais de ansiedade e 17% de estresse.

“Em boa parte das pesquisas sobre saúde mental que envolve o cenário de homens e mulheres, nota-se que um dos fatores determinantes é a dupla responsabilidade que elas assumem, visto que o ambiente doméstico acaba ficando quase que integralmente sob seus cuidados”, explica Meire Rose Cassini, psicóloga e gestora do Serviço de Psicologia do Hospital Felício Rocho.

E é o que aparece na pesquisa do Elsa-Brasil. Os trabalhos domésticos que elas desempenham aumentaram em média quatro horas a mais por dia em relação aos homens. Isso contribuiu para elevar uma tensão que gerou medo e angústia de contrair a doença e de se ver isolada de amigos e familiares no período de isolamento social.

No caso do estudo realizado no Hospital das Clínicas da USP, os números são ainda maiores: 40,5% das mulheres entrevistadas apresentou sintomas de depressão; 34,9% tiveram ansiedade e 37,3% sofreram de estresse. É relevante destacar que esse estudo ocorreu nos meses iniciais pós-pandemia, o que indica que houve uma mudança mais brusca de adaptação por parte da mulher.

Mas, para a psicóloga do Hospital Felício Rocho, o problema maior das doenças de ordem psicológica é que elas muitas vezes ficam escondidas sob outras enfermidades. “é necessário verter uma atenção especial também para os problemas mentais da mulher, porque não necessariamente aparecem em exames laboratoriais ou clínicos. Os danos à saúde mental por vezes são revelados em atendimentos psicológicos, que ocorrem com uma frequência muito menor do que a velocidade com que surgem esses problemas”, avalia Meire.

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